Todos juntos na Greve Nacional da Educação em 15 de maio, rumo à greve geral de 14 de junho

DETER OS CORTES DE BOLSONARO E DEFENDER A PREVIDÊNCIA! RUMO À GREVE GERAL DE 14 DE JUNHO

Em nota de 27 de abril, o Fórum Renova ANDES-SN alertava: “o ataque às ciências humanas e sociais é uma senha para um ataque de conjunto à universidade pública, ao seu financiamento e aos seus meios de funcionamento, como mostram a enxurrada de medidas administrativas com as quais o MEC tenta paralisar o dia-a-dia das Instituições de Ensino Superior”.

Com efeito, poucos dias depois, Bolsonaro bloqueou linearmente, sem aviso prévio, 30% do orçamento previsto para o Ensino Superior da esfera federal: 25,38% das universidades, 35% dos IFs, 13% dos HUs. Quando se observa o corte por instituição, encontraremos cortes de 100%, como no HU da UFPI e outros que giram em torno de 40% em várias universidades. No que diz respeito aos IFs, um exemplo é o IFSUDESTEMG, onde o corte chega a 36,6%.

Os cortes não pouparam a educação básica que amargou a perda de 40% no orçamento previsto para 2019. Lembre-se que os orçamentos originalmente previstos já eram vítimas do rebaixamento imposto pela EC 95/2016, de Temer.

Esta gravíssima política de terra arrasada do governo da extrema-direita, aplicada em nome dos interesses do imperialismo, se dá na hora em que temos que enfrentar sua tentativa de destruir a previdência social, para impor um modelo de capitalização.

A resposta veio de imediato. Nos atos deste 1º de maio, as centrais sindicais, unificadas, convocaram uma greve geral no dia 14 de junho. Um mês depois da greve nacional da educação, em 15 de maio. A greve dos professores em defesa da aposentadoria, se torna agora também a greve para reverter os cortes no orçamento e deter a destruição da educação pública no Brasil.

O 15 de maio, contudo, já começou! Convocado pela CNTE, recebendo depois apoio das demais entidades do setor, inclusive do ANDES-SN, a greve nacional da educação de certa forma foi antecipada pelas fortes mobilizações que começaram em 6 de maio contra os cortes. Dezenas de milhares de alunos, professores e pais do Colégio Pedro II, duramente golpeado pelo bloqueio de verbas, se reuniram num ato na porta do Colégio Militar do RJ, por ocasião da visita de Bolsonaro. Pelo país todo, os IFs começam a paralisar suas atividades, como já ocorreu no IFPB e no IFPR, enquanto nas universidades a mobilização começa em alta, como ilustra a enorme manifestação na UFBA, neste mesmo 6 de maio.

Para nós do Renova ANDES, a tarefa central do ANDES-SN e de suas seções deve ser o de desenvolver desde já estas mobilizações. Não há contradição em chamar à mobilização imediata nas universidades, pois a situação é urgente, e a preparação do 15 de maio. Ao contrário, o 15 de maio será tanto maior quanto for preparado por atos, manifestações, paralisações prévias.

Se alguém ainda tinha dúvida sobre a necessidade vital da unidade, os cortes de Bolsonaro desfizeram. Eles atingem a educação no seu conjunto, e mesmo que haja reivindicações específicas, os ataques nos atingem a todos. Portanto, o 15 de maio deve ser um momento de ampla unidade das organizações dos trabalhadores em educação, a partir do chamamento da CNTE e da resposta positiva que ele recebeu. Além disso, várias reitorias estão convocando assembleias gerais universitárias para que a comunidade organize a luta contra os cortes. Sobre esta base, é necessário ampliar a ação comum inclusive com as administrações que queiram resistir.

A greve nacional da educação em defesa da aposentadoria e contra os cortes pode ser uma poderosa alavanca na construção da Greve Geral de 14 de junho. É a luta da classe trabalhadora, com suas organizações unidas e atraindo todos os setores populares que pode frear a tentativa do governo de destruir a Previdência.

Essa batalha é mãe de todas as batalhas para evitar que Bolsonaro, os escroques que o cercam, e as instituições que lhe servem de pilares, sigam em frente no desastre nacional que almejam, cujo cerne está na entrega de 1 trilhão de reais, como alardeia Paulo Guedes, à especulação financeira, às custas dos direitos. Por isso, a contrarreforma precisa ser derrotada em bloco. Não cabem negociações em torno da PEC 06 de Bolsonaro.

A derrota da PEC de Bolsonaro, além de preservar direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora, será um poderoso escudo contra o conjunto dos ataques implementados e previstos pelo atual governo e é o melhor caminho para ajudar a abreviar esta situação.

Portanto, trata-se de um movimento contínuo em direção à Greve Geral de 14 de junho que passa pelo êxito do dia 15 de maio, num movimento capaz de deter a destruição que Bolsonaro tenta impor à nação.

Todos estão chamados a assegurar greve nacional da educação em 15 de maio, imediatamente se engajando na resistência que já está em curso nas universidades e nos IFs, reunindo as condições para parar geral o país em 14 de junho!

Fórum Renova ANDES-SN

7 de maio de 2019