Nota de Repúdio à direção do Colégio Militar de Juiz de Fora

Em 16 de setembro, última quarta-feira, os profissionais do Colégio Militar de Juiz de Fora foram convocados às pressas para serem informados de maneira abrupta sobre o retorno das atividades presenciais na instituição a partir do dia 21 de setembro. Tal procedimento vai absolutamente contra tudo o que está previsto em lei (tendo em vista a determinação do Supremo Tribunal Federal que outorga a estados e municípios as decisões no âmbito do combate à pandemia do novo coronavírus) e todos os protocolos sanitários atuais para a prevenção da Covid-19.

Sem se explicar legalmente, exibindo o porquê de estar indo contra uma determinação do STF, o Colégio Militar de Juiz de Fora afirma que cumprirá todos os protocolos sanitários e que irá “receber nossos alunos nas melhores condições”. É preciso frisar, entretanto, que tais “protocolos” e mesmo a decisão de retornar às atividades jamais foi colocada em consulta para os profissionais que fazem parte da instituição e que atuarão diretamente na retomada. Ademais, ressalte-se que as medidas propagandeadas pelo Colégio como eficientes no combate ao coronavírus não incluem, por exemplo, testagem dos corpos docente e discente, nem orientam corretamente os alunos quanto ao processo de higienização ou utilização de máscaras. Mais: não há qualquer reflexão sobre o processo de deslocamento dos alunos até o Colégio, localizado na zona Norte da cidade, e as consequências que este terá no transporte público municipal. No escalonamento planejado pelo Colégio, cerca de 500 alunos frequentarão diariamente aquele espaço, tudo isso num momento em que a média móvel de contágio sobe em Juiz de Fora.

Pelo exposto, tendo em vista o descumprimento das medidas legais estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal e os protocolos questionáveis apresentados pela instituição, é preciso ir contra a reabertura do Colégio Militar de Juiz de Fora. O CMJF pode querer “retomar as atividades presenciais”; fazer isso, no entanto, é convidar ao risco de contaminação não só alunos, professores e demais profissionais que lá atuam, mas toda a sociedade juiz-forana.

As professoras e professores que compõem o Fórum Renova Andes repudiam veementemente essa ação que não respeita a vida e saúde das professoras e professores e estudantes do CMJF

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