Nenhum docente a menos nas eleições do ANDES-SINDICATO

A importância de um sindicato autônomo, ativo e representativo, capaz de dialogar e liderar o movimento de renovação da Chapa 2- Renova

No período de 3 a 6 de novembro teremos eleições para o ANDES-SN. A primeira constatação que fazemos é que o ANDES-SN é, hoje, uma realidade distante para muitos e muitas colegas docentes que estão vivendo cotidianamente a ameaça da reforma administrativa, os percalços do ensino remoto sem as condições devidas, o ataque à autonomia e democracia universitárias, a intensificação e precarização das condições de trabalho, a crise de financiamento da educação e da pesquisa, as ameaças à estrutura da carreira e à liberdade de cátedra.

Em meio à pandemia da COVID-19 que está ceifando milhares de vida, isto tudo está agravado.

Nesse mês de outubro, acabamos de celebrar o Dia do(a) Professor(a). Em poucos momentos da nossa história, nós, professores e professoras brasileiros (as), fomos tão atacado(as) quanto agora.

Nossas instituições públicas de ensino, pesquisa e extensão têm sido sistematicamente atacadas tanto materialmente quanto simbolicamente. Os cortes no orçamento da Educação e da política de Ciência, Tecnologia e Inovação têm se aprofundado ao longo dos anos, a ponto de praticamente inviabilizar o funcionamento das nossas instituições e da nossa pesquisa.

Nossas carreiras têm sido atacadas por um conjunto de ajustes e reformas, dentre as quais a Reforma Administrativa que representa a mais recente ameaça. As políticas de democratização do acesso ao ensino superior público, em particular através da expansão e interiorização dos campi e cursos, do ENEM, da Lei de Cotas e do PNAES estão sob risco.

Os ataques aos nossos direitos conquistados se aprofundam, com o governo Bolsonaro intervindo, sistematicamente, na escolha de dirigentes em universidades e institutos. Assistimos, na sociedade e nos governos, e em particular no Federal, o crescimento de movimentos obscurantistas e negacionistas que representam um enorme retrocesso cultural.

Nesse contexto, mais do que nunca é urgente que nós, professores e professoras, nos unamos em torno da tarefa política de defender não só a nossa profissão, mas também o sistema nacional de ensino superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, hoje fortemente ameaçado.

É considerando a urgência desta tarefa que gostaríamos de chamar a atenção de toda a nossa categoria para a importância das eleições no nosso Sindicato Nacional, o ANDES-SN.

O ANDES-SN é, hoje, um dos maiores e mais importantes sindicatos do país. Deve, como tal, superar o atual isolacionismo no qual se encontra a partir da relação e diálogo com as principais entidades e frentes em defesa da Educação, da Ciência e Tecnologia e da democracia, assumindo esta tarefa ao lado de todas as outras entidades, sindicatos e movimentos que defendem a educação pública nacional, a ciência e tecnologia do país e os serviços públicos.

É um absurdo que nosso sindicato não faça parte do Fórum Nacional Popular de Educação (FNPE), o qual integra mais de 30 entidades, entre associações científicas, sindicatos e movimentos sociais. O FNPE é, hoje, um dos grandes espaços da mais ampla unidade de setores da educação na luta em defesa da democracia e de uma educação transformadora.

A realidade de retrocessos e ameaças ao Ensino Superior nos obriga a estruturar a luta do ANDES- SN a partir de três desafios imediatos:

  1. Derrotar a Reforma Administrativa, o mais duro ataque da história ao serviço público, incluindo naturalmente o ensino superior ofertado pelas IES públicas. Esta deve ser a mais alta prioridade do movimento sindical e das entidades que congregam servidores, particularmente como no nosso sindicato que organiza cerca de 79 mil docentes do setor público.
  2. Organizar a resistência contra os ataques à democracia e autonomia, pela posse dos candidatos mais votados nas consultas para Reitor, em defesa dos membros da comunidade universitária, hoje vítimas de perseguição aberta por parte de interventores. Uma unidade mais ampla deve ser forjada com toda a comunidade acadêmica para derrotar as intervenções em curso e impedir as próximas.
  3. No momento em que parcela significativa da categoria está sujeita ao ensino remoto, levantar uma pauta de reivindicações para dotar a categoria de um instrumento de luta neste contexto, de forma a enfrentar a precarização do nosso trabalho na prática.

Somos trabalhadores e trabalhadoras, mas sabemos que realizamos um tipo particular de trabalho relacionado com o ensino, a pesquisa e a extensão. Como consequência, nós entendemos a particularidade das nossas reivindicações e as formas de luta que precisam ser distintas daquelas de outras categorias.

Reconhecemos que o próximo período será de intensificação da luta, dos confrontos e conflitos com um governo que implementa a política ultra-neoliberal e ataca os serviços públicos, destrói o sistema federal de ciência e tecnologia e as Universidades, Colégios de Aplicação (CAPs), Institutos Federais e CEFETs.

Defenderemos, com todos os instrumentos disponíveis à luta sindical, junto com o Movimento Docente, as reivindicações dos/as professores/as. Somos professoras e professores de todo o Brasil. Juntos, como uma categoria forte e unida, seremos capazes de barrar os retrocessos em curso e preservar o ensino público brasileiro.

Por fim, apesar de todos os obstáculos colocados pela atual diretoria para o exercício do voto (http://renovaandes.org/eleicao-andes-sn-participacao-ou-restricao/), quando deveríamos facilitar e atrair o maior número de docentes para o processo eleitoral, fazemos um apelo para que não deixem de votar.

É porque precisamos de um Sindicato autônomo, ativo, representativo, capaz de dialogar e liderar o movimento docente que conclamamos todos(as) os(as) colegas a votar na Chapa 2 – Renova.

Renova ANDES, na Carta Capital 

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