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Chegamos ao 2º turno das eleições de 2018. Eleições, desde o princípio, realizadas sobre controle antidemocrático das instituições, em que os partidos e organizações representativos dos trabalhadores tiveram de enfrentar o golpe no próprio terreno do golpe.
Sim, porque em vários aspectos, o processo eleitoral já vinha sendo deturpado, desde antes, com Lula preso, impedido de dar entrevistas, de designar representante aos debates e até de se expressar livremente na propaganda eleitoral de rádio e TV. Na semana mesma da eleição, o Juiz Moro voltou a interferir no processo liberando delações de Antônio Palocci, delações questionadas pelo próprio MPF e a Procuradoria da República fez chegar ao Judiciário novo pedido de condenação de Lula. Uma orquestração descarada para interferir no resultado das eleições.
Nessa circunstância, passam ao segundo turno Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), num quadro em que tudo indica a eleição de um Congresso ainda mais reacionário do que o atual. A passagem de Bolsonaro, candidato de extrema-direita, dotado de uma plataforma que reedita, aprofunda e acelera a política do golpe aplicada por Temer, coloca sob grave ameaça o que resta das conquistas e direitos e promete avançar celeremente na aplicação da lei das terceirizações universais, da reforma trabalhista e dos dispositivos contidos na EC 95. Em acréscimo, a campanha de Bolsonaro apontou novos ataques, como o fim do 13º salário, do adicional de férias e dos direitos trabalhistas conquistados em anos recentes pelos trabalhadores e trabalhadoras domésticas.
Todas estas medidas destrutivas que continuam a linha de Temer surgem no horizonte amparadas num movimento político caracterizado pela violência visual e real (os casos se multiplicam), pelo ódio homofóbico e misógino e por enorme hostilidade à democracia e às liberdades.
É preciso dizer também que elas se colocam sob o amparo da tutela militar, com generais levantando a voz para questionar o resultado das urnas e dos tribunais que seguem desempenhando o papel de agentes políticos em benefício do golpe e dos golpistas. Isto é, a ameaça representada por Bolsonaro se ergue sob a proteção das atuais instituições, convertidas há mais de dois anos em ferramentas do golpe.
Contudo, vamos vencer estas eleições para preservar os direitos e as conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras e deter a barbárie da destruição de tudo que se conquistou. As organizações dos trabalhadores devem ocupar seu lugar na luta para levar Fernando Haddad 13 à vitória. Vitória necessária para revogar a EC 95/2018, a contrarreforma trabalhista e a lei das privatizações; para preservar a autonomia universitária, em todos os aspectos, em especial em face dos ataques obscurantistas que se sucedem, como a recente depredação de livros da biblioteca da UNB; para barrar a reforma da previdência de Temer/Bolsonaro; para impedir a mudanças que visam a flexibilizar dos professores do IF e atrelar o ensino tecnológico ao Sistema S, com o fim do ensino integral e introdução da dupla certificação; para assegurar as verbas da pesquisa, ora depredadas pela política de Temer e dos dispositivos da EC 95; para termos a imediata da negociação com o ANDES-SN da pauta dos servidores e professores federais.
Diante da necessidade de defender direitos e conquistas, de barrar o retrocesso anunciado pela possibilidade de um governo de extrema-direita, não podemos perder tempo! Chamamos os professores das universidades e dos IFs a constituir em regime de emergência comitês da campanha de Haddad e Manuela e passar a ação imediatamente! O tempo urge, a hora é agora!