
A CSP-Conlutas está na contramão da luta pela democracia! Desfiliação Já!
Comemorado de forma efusiva na página da CSP-Conlutas, como um congresso que “fortalece a combatividade da Central”, sua 4a edição ocorreu entre os dias 3 e 6 de outubro, em Vinhedo/SP.
Entre as suas resoluções, causa-nos extrema perplexidade algumas das decisões.
Incapaz de perceber que Jair Bolsonaro (PSL) é fruto do golpe de 2016 e da manipulação do poder judiciário que sacou das eleições e encarcerou sem provas aquele que poderia vencer já no 1o turno, a Central a qual o ANDES-SN é filiada preferiu persistir no erro.
Não se trata de um desastre isolado, pois a escolha errada dos inimigos não está restrita ao cenário nacional.
Na resolução Venezuela, por exemplo, a CSP-Conlutas não se furtou de defender o “Fora Maduro”. Independente da opinião que tenhamos sobre o governo venezuelano é de conhecimento de qualquer um que sua derrubada é o eixo da campanha dos americanos no norte do continente, com o ativo apoio de Bolsonaro no Brasil.
Mas não pararam por aí, a resolução relativa à Lava Jato manobra para tentar conciliar o inconciliável: a “neutralidade” da Central sobre a prisão de Lula e a defesa de que “Lula tem direito a um julgamento regular”. Ora, se Lula teve um julgamento irregular, como eles mesmos reconhecem, como não exigir a liberdade de um preso político? Não foram suficientes as revelações do The Intercept que colocaram nuas as relações ilegais entre acusadores e julgadores?
Essas resoluções refletem a grave incapacidade da CSP-Conlutas, na esteira o Andes-SN e a SEDUFSM, em perceberem que a escalada autoritária está a serviço dos desmantelamento da soberania, dos direitos e da existência da universidade pública. Por isso, avaliamos que esta Central Sindical não nos representa e a desfiliação do Andes-SN é urgente, para que possamos recolocá-lo no protagonismo da luta pelos direitos da categoria e na luta política unitária que a atual conjuntura exige.
Reafirmamos a necessidade de construir uma nova política também em nosso sindicato, que mobilize e organize os/as docentes em defesa da democracia, da universidade pública, da ciência e tecnologia e, em ampla unidade com os/as trabalhadores/as, pormos fim ao governo Bolsonaro.
Num momento grave como este, não podemos nos omitir. Chamamos os/as colegas identificados/as com nossas posições a dialogar para a construção desta política.
Aos/às colegas que se desfiliaram e/ou não estão filiados/a à Sedufsm, convidamos a (re)filiarem-se e tomarem conosco a tarefa de colocarmos nossa entidade no rumo certo.
Santa Maria/RS, 20 de outubro de 2019.