Entrevista à Seção Sindical ADUFRJ

Nesta semana, a ADUFRJ publicou em seu jornal respostas de perguntas encaminhadas às Chapas 1 e 2.  Neste link, veja a reportagem completa, com as respostas da chapa concorrente.  A reportagem, Kelvin Melo, também traz orientações sobre como votar.

ENTREVISTA I CHAPA 2 RENOVA ANDES

1 – Como aproximar o Andes do professor que não é militante sindical?

Como docentes sabemos que um dos primeiros passos para a solução de um problema é identificar as experiências bem sucedidas já realizadas. Uma destas está aqui na AdUFRJ, que de 2018 a 2020 aumentou em 266 docentes o número de filiações. Entender o que foi feito de correto, adaptar à realidade de cada seção sindical, que vivem contextos distintos, e divulgar estas informações são passos nesta direção. Além disso, o Andes-SN precisa de uma comunicação que chegue a cada docente. Por fim, o movimento sindical precisa de uma pauta que dialogue de forma mais próxima com os interesses de professoras e professores, que discuta nossa carreira, salários, que são a razão de ser de um sindicato docente.

2 – Qual o posicionamento da chapa em relação à filiação à CSP-Conlutas?

Esta filiação é uma das causas do isolamento de nosso sindicato em relação a importantes entidades do campo sindical, científico e social com quem precisamos ter mais diálogo. Um exemplo é a existência do Fórum Popular Nacional de Educação, que reúne mais de 50 entidades e do qual o Andes-SN não participa, optando por participar de um fórum que reúne menos de dez entidades relacionadas com a CSP-Conlutas.

3 – Como avalia a posição da gestão do Andes na última década, em pontos decisivos para a universidade e o país, como o impeachment de 2016, o Reuni, o Sisu e o sistema de cotas?

É fato que o Andes-SN demorou para reconhecer o golpe no processo democrático no Brasil. Isto se deu tanto na recusa em se colocar contra o impeachment e em denunciar a prisão arbitrária do ex-presidente Lula, quanto na dificuldade em combater a perseguição ao reitor da UFSC, assassinado pela perseguição jurídica e midiática. Da mesma forma, a oposição radical ao programa Reuni tornou difícil para o Andes-SN atuar na crítica aos pontos que precisavam ser melhorados naquele projeto. Para nós, tanto o Reuni quanto a política de cotas apontaram, de forma e intensidade distintas, para a ampliação da presença de setores normalmente excluídos do ensino superior. Temos clareza de que estes passos não resolvem o problema da exclusão, mas igualmente sabemos que, ao contrário do que fizeram as últimas diretorias em relação ao Reuni e ao Sisu, não podemos esperar que as condições ideais se manifestem para ampliar o ensino superior público e gratuito.

4 – Existe alguma proposta prática para mudar a organização dos Conads e Congressos do Andes?

Temos encaminhado, em cada um destes espaços, propostas no sentido de torná-los mais democráticos e menos burocratizados, e seguiremos na busca por eventos acessíveis a cada docente e não apenas aos seus setores mais militantes.

5 – Quais são as propostas para defender os direitos dos professores no ensino remoto?

Nossa categoria está submetida ao Ensino Remoto Emergencial que não pode, em hipótese alguma, ser tornado permanente. Frente a esta realidade há duas possibilidades. Ou fingimos que ela não existe e nos isolamos dos e das docentes, ou defendemos medidas de proteção que não permitam a precarização e a intensificação do trabalho docente. Além disso, não podemos permitir a exclusão das pessoas incorporadas pelo Reuni e pelo sistema de cotas. Para isto, é necessária uma pauta de reivindicações que contemple a utilização de plataforma pública, com softwares livres, que garantam segurança e proteção de dados; condições materiais e tecnológicas que permitam o trabalho em casa sem onerar e comprometer a nossa saúde; formação tecnológica e pedagógica; estabelecimento de jornada de trabalho com diferenciação para as pessoas envolvidas com o cuidado de pessoas em situação de risco que, na nossa sociedade, recai principalmente sobre as mulheres, entre outras reivindicações. Temos que lutar pela biossegurança para que seja garantida a vida de todos e todas – professores, estudantes, técnico-administrativos e trabalhadores terceirizados, em qualquer circunstância. Não podemos deixar os professores à sua própria sorte.

6 – Qual a proposta da chapa para enfrentar os cortes impostos pelo governo Bolsonaro?

Temos três frentes para atuar. A imediata é no seu local de trabalho para avaliar os impactos destes cortes.  A segunda é analisar as consequências para as funções precípuas das universidades, dos institutos federais e CEFETs deste tipo de medida e, assim, levantar as pautas de reivindicações. A terceira é atuar nas frentes parlamentares, nos ministérios, nas secretarias, para exigir que as reivindicações salariais, carreira, contratação e progressões, entre outras, sejam cumpridas.

7 – Qual a proposta da chapa para a reforma administrativa?

Derrotar a reforma administrativa porque ela destrói serviços públicos e atinge terrivelmente nossa categoria. A pandemia da covid-19 demonstra que nós precisamos de mais serviços públicos, tais como o SUS. A reforma vai dificultar o acesso à estabilidade, criar avaliação de desempenho baseada nos interesses dos governos de plantão, abrir espaço para o fim do Regime Jurídico Único, reduzindo a remuneração média no decorrer da carreira, ao retirar progressões por tempo de serviço e/ou automáticas. Vai aumentar o poder do Executivo para extinguir cargos, funções, benefícios e instituições e ampliar a contratação de temporários. Para derrotar este projeto será decisiva a mais ampla unidade com quem, independentemente de comungarem com os princípios do Andes-SN, esteja na defesa do serviço público de qualidade.

8 – Qual a proposta da chapa para a intervenção nas reitorias?

Lutaremos para que seja respeitado o princípio da autonomia universitária. Reitor eleito pela comunidade universitária tem que ser reitor/a empossado/a. São 14 instituições com intervenção e atuaremos para que isso seja revertido. Além desta luta imediata, temos que enfrentar o processo dentro das instituições, combinando autonomia e democracia universitárias.

 

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