A conjuntura das universidades brasileiras no contexto da pandemia da Covid-19

(foto: Divulgação UFRJ)
Artigo de Mariuza Guimarães e Fábio Viduani Martinez – UFMS

As universidades de todo o Brasil suspenderam as suas atividades em razão aos riscos consequentes da transmissão e infecção pelo novo Coronavírus e da doença COVID-19. Esclarece-se no presente texto que essas atividades são aquelas caracterizadas pela autonomia e baseadas no tripé ensino, pesquisa e extensão. Foram encontradas 202 IES com essa descrição.

Os dados foram retirados das respectivas páginas oficiais das instituições e apresentam o quadro abaixo descrito:

  1. Das 202  universidades públicas e privadas, 128 estão com as atividades docentes (aulas) suspensas;
  2. 53 estão com as aulas presenciais suspensas, mas com aulas remotas via EaD;
  3. 21 delas não têm informações em suas páginas iniciais (talvez a partir de um portal do aluno, que exige identificação para acesso); destas 19 são privadas e 2 públicas;
  4. Das 128 universidades com calendário suspenso, 45 delas estão por tempo indeterminado, sem data de volta;
  5.  Das 53 que estão usando ferramentas EaD para dar continuidade às aulas, apenas 13 são públicas;
  6. Das 202 pesquisadas, 69 são federais, 38 estaduais e 4 municipais, totalizando 111 públicas;

Este quadro evidencia que as universidades brasileiras cumprem o seu papel precípuo de defesa de sua comunidade. Entretanto, cabe ressaltar que pesquisadores (as) dessas mesmas universidades continuam pesquisando intensamente uma vacina e/ou medicamentos que possam curar e imunizar contra a COVID-19.

Neste momento, apesar do pequeno número de IES que têm adotado a EaD como substitutiva às aulas presenciais (40 privadas e 13 públicas), refletimos sobre os impactos que podem causar à qualidade do ensino, tendo em vista a qualidade de conexão à internet em diversas regiões do Brasil e as diversidades dos estudantes da educação superior.

Entendemos que essa deve ser uma discussão a ser empreendida no âmbito de nossas entidades sindicais, com vistas a apresentar alternativas às respectivas gestões e, se for o caso, exigir, até mesmo judicialmente, o direito à educação de qualidade, a qual tanto prezamos, e para qual nos preparamos enquanto docentes.

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